Malalai era ainda criança quando a União Soviética invadiu o Afeganistão. Depois de uma infância passada em campos de refugiados no Irão e no Paquistão, nos anos 90 regressa à sua terra natal, que se encontra sob o domínio do regime talibã. É então que começa a colaborar com organizações secretas que se dedicam à causa dos direitos das mulheres. Em 2005, eleita para o novo parlamento com apenas 27 anos, torna-se notícia a nível internacional na sequência de um discurso onde denuncia corajosamente a existência de caudilhos no Governo afegão. Joya insurge-se contra o tráfico e a corrupção e contra as violações dos direitos das mulheres. Desde então, já foi alvo de quatro tentativas de assassinato, mas ainda hoje continua a lutar pela causa de quem a elegeu, sempre determinada a ver um Afeganistão democrático, onde as mulheres possam viver em liberdade e dignidade.
Neste impressionante testemunho, Malalai Joya leva-nos ao interior do seu país e mostra-nos as situações de desespero que este povo tem de enfrentar diariamente. Descreve muitos dos actos de revolta que estão a ajudar o país a mudar: as mulheres que vão para a rua e protestam pacificamente contra a opressão em que vivem; os homens que protestam com elas de modo a que os fundamentalistas não as punam por andarem sozinhas; as famílias que dão o que podem à causa, nomeadamente as caves das suas casas para que possam servir de escolas clandestinas para raparigas, a quem é negado o acesso ao ensino. Determinada a deixar a sua marca no mundo, Malalai Joya é uma heroína que todos os dias enfrenta o perigo e se recusa a ficar calada.
MALALAI JOYA (n.1978) é uma activista afegã que se dedica à luta pelos direitos das mulheres, criticando igualmente o regime talibã e o actual governo afegão, liderado por Hamid Karzai. Eleita para a Lloya Jirga (o parlamento afegão) em 2005, aos 27 anos, foi suspensa do cargo em 2007, por ter alegadamente insultado outros deputados durante uma entrevista televisiva. Essa suspensão gerou uma onda de protesto a nível internacional. Desde então, encontra-se com a cabeça a prémio e tem sido vítima de atentados contra a sua vida. Malalai Joya foi protagonista do documentário, Enemies of Hapiness, de Eva Mulvad, premiado em 2007 no Festival de Berlim e em 2008 recebeu o prémio Anna Politkovskaya, atribuído pela organização RAW in WAR a mulheres defensoras dos direitos humanos em zonas de conflito.
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