Barcelona, 1909. Todas as noites, no Teatro Soriano, Nonnita executa o seu número de variedades nadando praticamente nua com uma foca. O italiano por quem se apaixonou e de quem espera um filho desapareceu de repente sem deixar rasto; e, todas as noites, no regresso a casa, os seus mortos vêm consolá-la e dar-lhe forças. Mas a cidade está a sofrer uma transformação radical, com demolições em massa no seu bairro e bombas anarquistas que todos os dias fazem ir qualquer coisa pelos ares; e Nonnita está a ficar cansada de lutar… Eis senão quando aparece no teatro Demi Gambús, o sucessor de uma longa linhagem de ladrões de casaca, para assistir ao espectáculo. Será que Nonnita lhe vai conseguir cobrar a felicidade que um dia ele lhe roubou?
A Felicidade, na linha de A Sombra do Vento, é um romance admirável de amor e ódio, dúvida e descoberta, esperança e desforra. Na Barcelona primorosamente recriada por Lluís-Anton Baulenas, circulam saltimbancos, oportunistas, activistas políticos e jovens que saíram das aldeias em busca da sobrevivência na cidade grande, cujas pequenas histórias anónimas constroem, afinal, a História com H grande. E, à medida que as páginas vão avançando – como referiu o jornal El País –, o leitor consegue sentir a ilusão de que, sim, agora é feliz.
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Lluís-Anton Baulenas nasceu em Barcelona em 1958. É romancista e dramaturgo, tendo-se dedicado exclusivamente à escrita a partir dos 29 anos. Publicou romances, livros de contos e peças de teatro, pelos quais recebeu muitos prémios literários, incluindo o prémio Ramon Llull de romance, o mais alto galardão das letras catalãs. As suas obras estão traduzidas em várias línguas.
Trabalhou igualmente como guionista de cinema e tradutor de teatro. Colabora regularmente na imprensa, nomeadamente nas publicações El País, El Periòdic de Catalunya, La Vanguardia e Avui.
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O autor estará em Lisboa, no último fim-de-semana da Feira do Livro, para apresentar A Felicidade.
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